CARTA DE MICHAEL PENNOCK

22:53

Olá Susan,

A Martha e eu estamos tendo agora a chance de “recuperar o fôlego” após aquela muito interessante e intensa semana que passamos com você. Gostaria apenas de reiterar alguns dos pensamentos que compartilhamos nas poucas ocasiões que tivemos para conversar.


1. Acho que é muito importante que você prossiga sistemática e estrategicamente. A energia que foi gerada nas suas sessões pode ser uma “benção de dois gumes”. Havia tanto entusiasmo que há o risco de que o conceito do FIB seja aplicado de tantas diferentes formas, e com tantos diferentes níveis de intensidade, que poderá se tornar algo banalizado.

2. Acredito realmente que a melhor maneira de proceder seja através de governos locais e empresas, em vez de começar em níveis regional e nacional. Essa é a abordagem que estamos implementando no Canadá. Logo, penso que é muito boa a sua idéia de começar com um município e uma empresa como projetos piloto. A experiência a ser obtida desses exemplos poderia ser usada para desenvolver um “conjunto-de-ferramentas-de-levantamento-via-internet” através do qual outros municípios poderiam então se utilizar da mesma metodologia. Há um considerável interesse aqui na província de Vitória no desenvolvimento de parcerias com municípios brasileiros, e estou muito interessado em discutir isso com você.

3. Nossa discussão quanto aos “próximos passos” continua a fazer sentido para mim – que você venha a desenvolver uma versão brasileira do levantamento, e a use num município e numa empresa. Os bancos de dados resultantes poderiam ser disponibilizados para institutos universitários, objetivando apoiar a contínua pesquisa.


Atenciosamente,


Mike Pennock
Population Health Epidemiologist
Co-Lead, Population and Public Health Observatory
Office of the Chief Medical Health Officer
Vancouver Island Health Authority, Canadá

2 comentários:

Marina Abelha Stremlow disse...

Querida família do parque,
algumas reflexões...


1. O risco de banalização/tomada do conceito por outros setores pode existir de qualquer forma. É complicado manter a idéia ativa sem lidar com a apropriação. Talvez a apropriação bem conduzida possa resultar em menos distorções. O que vai sustentar o processo ao longo do tempo é a permanência/divulgação dos projetos na perspecitiva do FIB que estão "dando certo".

2. Acho importante a manutenção/desenvolvimento de parcerias via internet que é a mídia mais acessível e de base que dispomos...acho que é possível acompanhar na paralela juntos a mídia a discussão de um formato próprio mas isso demanda tempo e diz respeito a uma especialidade.O FIB deve ser cultivado como uma idéia para um processo de crescimento, no plano empreserial acho que é mais um serviço que um produto.

3. Suponho que haja diferenças significativas entre a forma como vamos introduzir a idéia do FIB no Brasil e como o Michael está fazendo no Canadá. Acredito que temos aqui permeabilidade entre o saber acadêmico e o saber popular que acaba sendo uma vantagem. Concordo que a troca de experiências é um agente importantíssimo no processo. Acho que a estrutura do parque associada a algum instituto de pesquisa próximo (Unicamp ou PUC) pode ser um aglutinador das experiências e das trocas do FIB nos níveis que forem sendo criados. Essa parceria tem que ser detalhada.
4. Acho que esse formato de intâncias (munípios pequenos, empresas) diferentes em locais diferentes em rede e o parque enquanto órgão de referência é ideal.

5. Sugiro o priorização do FIB aplicado aos projetos já orientados/conduzidos pelo parque e um curso nos moldes do facilitador para as pessoas envolvidas na condução desses projetos. A partir desse curso se poderia desenhar em conjunto a ampliação para projetos não conduzidos/orientados pelo parque com caráter multidirecionado.
Saudades,
Abraço grande,
Marina

Adevanilde disse...

Gostaria imensamente de obter o questionario adaptado pelo Michael Pennock, ou preferencialmente o utilizado no projeto piloto do Brasil. Sou aluna de Economia da UFPR e estou muito interessada nessa linha de investigação. Aplicar, avaliar e divulgar os resultados do questionário dentro da universidade e quem sabe numa pequena cidade paranaense. Acredito que o risco de banalização do conceito até pode ocorrer, mas não se pode perder a onda de entusiasmo e desejo de mudanças que estão ocorrendo neste momento com sistematizações exageradas.